Inicialmente gostaria de me apresentar: sou especialista em alergia e imunologia pela Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e Associação Médica Brasileira. com residência médica em clínica médica na rede municipal do Rio de Janeiro e residência em alergia e imunologia no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio).
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A roséola, também conhecida por exantema súbito ou sexta doença, é uma doença exantemática epidêmica da infância, geralmente benigna e autorresolutiva. Isto é, “assim como ela vem, ela vai”. A doença atinge principalmente crianças pequenas, de três meses a três anos, mas às vezes passa despercebida ou os seus sintomas são atribuídos a outras razões. Ela aparece mais comumente no outono e na primavera.
Um sinal de que a doença é muito comum, discreta e que foi atribuída a outra condição ou ignorada é que praticamente 100% dos adultos possuem anticorpos contra os vírus causadores dessa patologia.
A roséola é causada por um vírus da mesma família do vírus do herpes, mas que produz uma doença diferente. Os herpes vírus humano tipo 6 (HHV6) e o herpes vírus humano tipo 7 (HHV7), que causam a roséola, se multiplicam no núcleo da célula hospedeira e têm preferência por parasitar os linfócitos. A transmissão da doença se dá por contato direto ou por meio da secreção proveniente do espirro e da tosse, durante o período febril.
Nos indivíduos adultos o quadro clínico da roséola é muito semelhante à mononucleose infecciosa; contudo, nas crianças, que infecta mais frequentemente, o quadro clínico da roséola é típico, mais parecido com a rubéola.
Caracteriza-se por febre súbita e elevada (39-40°C), que dura três ou quatro dias. Quando a febre vai cedendo surge o exantema (manchas vermelhas) na pele, que se concentra principalmente no tronco (peito e costas) e desaparece em dois ou três dias. Embora com febre alta, a criança normalmente está ativa e não exibe os sinais de toxemia próprios de outras infecções. Os gânglios localizados na parte de trás da cabeça e no pescoço podem estar aumentados de tamanho. Excepcionalmente, podem ocorrer convulsões e tremores violentos, na vigência da febre elevada.
O período de incubação do vírus da roséola varia entre cinco e quinze dias. Nessa fase, a criança pode ficar irritada, um pouco abatida e sem apetite.
O diagnóstico da roséola é eminentemente clínico, feito a partir da captação de sinais e sintomas da doença. Os exames laboratoriais, desnecessários na maioria dos casos, só são pedidos se for preciso confirmar a patologia ou estabelecer um diagnóstico diferencial.
O tratamento da roséola é inespecífico. É importante hidratar bem a criança, administrar medicamentos antitérmicos se a temperatura estiver elevada, evitando-se a aspirina. Banhos mornos podem ajudar a baixar a febre.
Normalmente a roséola cura-se por si mesma em poucos dias, sem deixar sequelas. A doença normalmente deixa imunidade, mas adultos imunodeprimidos são vulneráveis à reinfecção pelo vírus.
Podem ocorrer complicações como meningite asséptica e encefalite, que felizmente são muito raras, e também convulsões febris, estas são um pouco mais frequentes pois a temperatura da criança costuma ficar bem alta durante o período febril da doença.
Durante a vigência da doença a criança infectada não deve frequentar creches, festas ou outros ambientes que a ponham em contato com outras crianças.
A única maneira de prevenir a roséola é evitar o contato com pessoas infectadas. Não há vacina contra esta doença exantemática.
Artigos anteriores:
Bronquite asmática, bronquite alérgica e bronquite.
O que é asma?
A asma é uma doença respiratória crônica que afeta 10% da população brasileira, sendo responsável por cerca de 400.000 internações hospitalares por ano e incontáveis atendimentos ambulatoriais principalmente nas emergências. Tem levado a um grande absenteísmo no trabalho e na escola. A asma leva à constrição e inflamação das vias aéreas por hiper-responsividade a uma variedade de estímulos e liberação de mediadores inflamatórios. Ocorre por uma interação de fatores ambientais e hereditários.
Uma grande causa da alta morbidade e mortalidade da asma é a falta de informações sobre a doença e um grande índice de rejeição à medicação inalada, chamada pejorativamente de "bombinha".
O que sente uma pessoa com crise de asma?
As crises de asma são geralmente recorrentes e caracterizadas por chieira, falta de ar, tosse seca e desconforto torácico ("aperto no peito"), podendo causar grande sofrimento. Elas predominam à noite e no início da manhã.
Considera-se que 80% dos asmáticos tenham rinite e 50% dos pacientes com rinite tenham asma. Uma associação da asma com eczema (doença alérgica da pele) confere maior gravidade à asma.
Quais os agentes ambientais intradomiciliares relacionados ao desenvolvimento da asma?
Quais os fatores que desencadeiam uma crise de asma?
Quais os cuidados a serem tomados para prevenção?
Quais os medicamentos usados no tratamento da asma?
O tratamento da asma é feito basicamente por medicamentos antiinflamatórios (geralmente, esteróides inalatórios) para manutenção e por broncodilatadores (geralmente, beta-2-adrenérgicos inalatórios de efeito rápido) para as crises. Outros medicamentos como os antileucotrienos são usados para o tratamento da asma crônica.
A maior vantagem da utilização de medicamentos por via inalatória (nebulizadores, aerossóis dosimetrados ou sprays - popularmente conhecido como "bombinhas" e inaladores em pó) no tratamento de asma é a possibilidade de se obter maior efeito terapêutico associado a menores repercussões sistêmicas. Pois o medicamento atua diretamente sobre a mucosa respiratória, permitindo o uso de doses relativamente pequenas. Outra vantagem é o início de ação mais rápido.
Além dos medicamentos, os pacientes devem procurar descansar, manter-se bem nutridos e participar de atividades físicas regulares e apropriadas para o seu bem-estar. Todos estes fatores colaboram para o controle desta doença.
Qual o papel da imunoterapia no tratamento de manutenção da asma?
A imunoterapia, popularmente conhecida como "vacina antialérgica", consiste em administrar repetidamente (geralmente por via subcutânea) extratos de alérgenos específicos com o objetivo de induzir proteção no paciente contra os sintomas alérgicos desencadeados por tais alérgenos. O seu maior benefício tem sido demonstrado no tratamento da rinite alérgica.
Em relação à asma, revisão recente da literatura realizada pelo grupo Cochrane demonstrou benefício da imunoterapia no seu tratamento. No entanto, importantes questionamentos ainda permanecem, principalmente a respeito de qual paciente se beneficiaria de tal estratégia e qual seria a sua eficácia a longo prazo. Além disso, os seus benefícios são modestos quando comparados com o corticóide inalatório. Assim, a postura mais aceita atualmente é de considerar a imunoterapia para aqueles pacientes em que o controle ambiental e o uso de medicamentos (incluído o corticóide inalatório) falharam em controlar a doença.
Fonte: IV Consenso Brasileiro para o Manejo da Asma